A visitar Serra da Malcata

A Malcata










Embora a distância induza a uma certa monotonia, reforçada por uma aparente uniformidade, não é difícil perdermo-nos por entre o labirinto de caminhos que atravessam a Serra da Malcata.
Esta Serra foi objecto de uma das primeiras campanhas  nacionais para protecção da Natureza, dela resultando a sua classificação como reserva natural, em 1981.  
Curiosamente, não se encontram povoações no interior da Malcata, o que contrasta com a paisagem humanizada da Beira vizinha e que salienta os poucos atractivos que a serra possui para fixar a população. No entanto, apesar de não ser habitada, a serra da Malcata reflecte a presença humana - foram derrubadas árvores da floresta primitiva para dar uso à madeira, arrotearam-se terrenos para a agricultura, incendiaram-se espaços para criar pastagens, etc. Estas acções resultaram no desaparecimento do coberto vegetal original.


A Reserva Natural Serra da Malcata é uma área protegida de Portugal, localizada na região da Beira Interior, abrangendo parte dos concelhos de Penamacor e Sabugal, junto à fronteira com a Espanha. Tem uma área de 16.348 ha.
A Serra da Malcata, abrangida pela reserva, é a sétima elevação de Portugal continental. Ali nasce o rio Bazágueda, afluente do Erges, parte da rede hidrográfica do Tejo. O relevo é ondulado, com presença de bosques e áreas de matagal mediterrâneo.
A reserva foi criada em 1981 para servir de santuário para o felino mais ameaçado do mundo, o lince-ibérico (Lynx pardinus). Actualmente acredita-se que o lince esteja quase extinto na reserva, ainda que a área possa no futuro ser utilizada como área de reintrodução.


O lince-ibérico é actualmente o felino mais ameaçado do Mundo, tendo sofrido um processo de regressão acentuada desde o século XIX até ao início do século XXI. Porém, graças a um conjunto crescente de projectos que visam a sua conservação, parece estar a iniciar-se a sua recuperação.





Possui uma pelagem castanho-amarelada com manchas pretas, que lhe permite passar despercebido no seu ambiente natural, e apresenta como características inconfundíveis a cauda curta com a ponta negra, um conjunto de pêlos compridos nas extremidades das orelhas – os pincéis – e umas patilhas de longos pelos pretos e brancos de ambos os lados do focinho que se assemelham a barbas.



O lince-ibérico ocorre apenas na Península Ibérica onde actualmente habita zonas que combinam áreas ricas em arbustos, onde encontra abrigo, e áreas mais abertas – que lhe proporcionam alimento. É uma espécie considerada especialista de habitat porque a sua presença está, na maioria dos casos, associada a áreas de matagal mediterrânico. Pelo contrário, evita zonas com maior influência humana como as plantações industriais, os campos agrícolas, as áreas urbanizadas ou as imediações de estradas, embora possa atravessá-las quando, enquanto jovem, procura uma área onde estabelecer-se.




Trata-se de uma espécie solitária - os machos e fêmeas adultos só contactam na época de acasalamento – e territorial – os machos adultos ocupam áreas exclusivas que defendem uns dos outros, tal como acontece com as fêmeas. No entanto, os territórios de machos e fêmeas podem sobrepor-se.


Entre as espécies animais importantes presentes no parque encontram-se o gato-bravo (Felis silvestris silvestris), o javali (Sus scrofa), a raposa-vermelha (Vulpes vulpes), a gineta (Genetta genetta) e outros. Destaca-se a cegonha-preta (Ciconia nigra), uma espécie rara em Portugal. Todas as espécies de anfíbios existentes em Portugal continental estão representadas na reserva.
Ultimamente o corço (Capreolus capreolus) e o esquilo-vermelho (Sciurus vulgaris) regressaram à Serra da Malcata desde refúgios na Espanha

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